É seguro vaporizar óleos essenciais?

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A segurança e os efeitos a longo prazo do uso de cigarros eletrônicos ou outros produtos de vaporização ainda não são bem conhecidos. Em setembro de 2019, as autoridades federais e estaduais de saúde dos Estados Unidos começaram a investigar um surto de uma doença pulmonar grave associada a cigarros eletrônicos e outros produtos de vaporização. Portanto, estamos monitorando de perto a situação e atualizaremos nosso conteúdo assim que mais informações estiverem disponíveis.

A vaporização é o ato de inalar e exalar o vapor de uma caneta de vapor ou cigarro eletrônico, termos usados para descrever sistemas eletrônicos de entrega de nicotina (SEDN).

No entanto, em meio a toda controvérsia sobre sua segurança, algumas pessoas que buscam uma alternativa mais saudável começaram a vaporizar óleos essenciais.

Óleos essenciais são compostos aromáticos extraídos de plantas, os quais são inalados ou diluídos para serem aplicados na pele, com objetivo de tratar diversas doenças.

Os produtos para vaporizar óleos essenciais ainda são muito novos. Os fabricantes desses produtos afirmam que é possível obter todos os benefícios da aromaterapia ao vaporizar óleos essenciais, mas será que deveríamos fazer isso?

Consultamos a Dra. Susan Chiarito para avaliar os riscos e benefícios da vaporização de óleos essenciais.

Chiarito é médica de família em Vicksburg, Mississippi, e membro da Comissão de Saúde Pública e Ciência da Academia Americana de Médicos de Família, onde está ativamente envolvida no desenvolvimento de políticas relacionadas ao tabaco e na defesa da cessação.

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Óleos essenciais vs. canetas de vapor com óleos essenciais

Os bastões difusores, também chamados de vaporizadores pessoais, são canetas de aromaterapia. Eles usam uma mistura de óleos essenciais, glicerina vegetal e água que, ao serem aquecidos, formam uma névoa de vapor com propriedades aromáticas.

As canetas de vapor com óleos essenciais não contêm nicotina, porém, mesmo vaporizar sem nicotina pode ser arriscado.

Ao ser questionada sobre a segurança da vaporização de óleos essenciais, Chiarito alertou que “os óleos essenciais são compostos orgânicos voláteis (COV) que, quando aquecidos a 150 a 180° F, podem se converter em compostos anormais, que podem ser prejudiciais aos nossos pulmões, boca, dentes e nariz, no contato com o composto queimado.”

Embora as pessoas aqueçam óleos essenciais em difusores na casa, para aromaterapia e para adicionar fragrância ao ambiente, eles não são aquecidos a uma temperatura suficientemente alta para causar problemas.

No entanto, Chiarito destacou que óleos essenciais ainda podem desencadear uma reação alérgica, e que uma pessoa pode desenvolver alergias a qualquer momento.

Efeitos colaterais da vaporização de óleos essenciais

As canetas de vapor com óleos essenciais são muito recentes, e, portanto, não há pesquisa disponível sobre esse assunto especificamente.

Segundo Chiarito, os efeitos colaterais da vaporização de óleos essenciais dependem do óleo usado, podendo incluir:

  • tosse
  • broncoespasmo
  • agravação da asma
  • coceira
  • inchaço da garganta

Os efeitos a longo prazo da vaporização não são totalmente compreendidos; assim como os da vaporização de óleos essenciais.

Entretanto, Chiarito acredita que o uso prolongado pode causar sintomas semelhantes a qualquer outro tipo de produto inalado aos pulmões, incluindo: piora da asma; bronquite crônica; infecções pulmonares frequentes; e, alterações imunológicas devido a infecções frequentes.

Há benefícios?

Embora haja evidências dos benefícios da aromaterapia e de certos óleos essenciais, atualmente não há comprovação de que vaporizar óleo essencial — ou vaporizar qualquer coisa, na verdade — tenha benefícios.

Por isso, Chiarito aconselha esperar por pesquisas baseadas em evidências que mostrem a segurança e os benefícios, antes de experimentar. Além do mais, qualquer pessoa que esteja considerando a vaporização deve estar ciente dos perigos potenciais.

Como isso se compara à vaporização com nicotina?

Chiarito e a maioria dos especialistas concordam que, embora a nicotina seja menos segura para vaporizar devido a sua substância viciante, a vaporização em geral não é segura.

Mesmo sem nicotina, os cigarros eletrônicos e os bastões difusores podem conter outros componentes potencialmente perigosos. Inclusive, há evidências de que muitos desses componentes têm algum nível de risco à saúde.

Além disso, a aerossolização do cigarro eletrônico costuma conter produtos químicos aromatizantes, os quais estão associados a doenças pulmonares, além de metais, como chumbo, e outros agentes causadores de câncer.

A vaporização é frequentemente anunciada como uma maneira eficaz de parar de fumar. Embora os resultados de alguns estudos sugiram que isso seja verdade, existem mais evidências que afirmam o contrário.

Além do mais, evidências em prol da vaporização, como uma ferramenta eficaz para ajudar os fumantes a parar de fumar, são limitadas. Ademais, nem os cigarros eletrônicos nem as canetas de vapor com óleos essenciais são aprovados por instituições de regulamento como auxílio para parar de fumar.

Há ingredientes a serem evitados?

Como atualmente não há pesquisa disponível sobre os efeitos da vaporização de óleos essenciais, evitar vaporizar qualquer óleo essencial é a melhor opção. Mesmo aqueles que, geralmente, são considerados seguros para inalação têm o potencial de se transformar e se tornar tóxicos, quando aquecidos para vaporização.

Além da nicotina, outros produtos químicos comumente usados em líquidos de vaporização, conhecidos por causar irritação respiratória e outros efeitos colaterais, incluem:

  • propilenoglicol
  • metilciclopentenolona
  • acetilpirazina
  • etilvanilina
  • diacetil

Para tentar reverter essa ideia de que esses produtos causam malefícios, alguns fabricantes de cigarros eletrônicos e difusores pessoais começaram a adicionar vitaminas às suas formulações. Contudo, embora elas possam ser benéficas, não há evidências de que vaporizar vitaminas tenha benefícios.

Além do mais, muitas vitaminas precisam ser absorvidas pelo trato digestivo para funcionar, e, portanto, absorvê-las pelos pulmões pode ter mais problemas do que benefícios. Ademais, assim como outras substâncias em líquidos para vaporização, aquecê-las pode criar produtos químicos que não estavam presentes originalmente.

Conclusão

Não há pesquisa disponível sobre a vaporização de óleos essenciais; e ainda não se sabe quais os efeitos a longo prazo do uso de difusores pessoais.

Portanto, enquanto aguardamos pesquisas mais abrangentes sobre os produtos químicos gerados ao aquecer os óleos essenciais e seus impactos na saúde, é melhor limitar o uso de óleos essenciais à aromaterapia em difusores domésticos, sprays e produtos de banho e corpo.

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